Nada mais gostoso do que acordar e tomar aquele cafezinho especial feito na hora…não é mesmo?
Um sentimento de felicidade e conforto, como se fosse um abraço…
Mas você sabe por quantas mãos passou o café até chegar na sua xícara?
O café percorre um longo caminho até chegar a sua xícara. Esse trajeto é desconhecido pela maioria das pessoas, que não faz ideia dos “bastidores” da atividade.
Cada etapa desse processo exige um cuidado especial e, por isso, o Grão Gourmet publica essa ilustração para que você entenda a importância delas.
No campo
Lavoura
Todo o trabalho começa com a preparação do solo, o plantio, a adubação e o manejo de pragas e doenças. Uma das que provocam maior dor de cabeça ao produtor é a ferrugem do café, causada por um fungo (Hemileia vastatrix), que primeiro ataca as folhas para depois atingir a planta por inteiro.
O plantio deve ser feito durante o período de chuvas, onde o solo esteja úmido. Posteriormente são feitas adubação (matéria orgânica e adubos minerais) e calagem (aplicação de calcário), de acordo com a análise do solo. Os parâmetros climáticos são os que mais interferem na produção do café, pois afetam o crescimento e o desenvolvimento das plantas de diversas formas (por exemplo, geadas e secas).
Florada
A flor dá origem ao fruto, que protege o desenvolvimento da semente. Café é o nome da semente do cafeeiro.
A florada geralmente ocorre na primavera, entre os meses de setembro e novembro. Porém, pode ocorrer mais de uma florada, dependendo das características da cultivar e de fatores ambientais como radiação solar, temperatura, disponibilidade de água etc.
Na abertura das flores o cafezal fica lindo, repleto de delicadas flores brancas ao longo dos ramos, parecendo um véu de renda.
Colheita
O início da colheita do café varia de acordo com a região, mas em média, a colheita é feita sete meses após a floração. No hemisfério sul esse período costuma acontecer de maio a setembro, enquanto próximo à linha do Equador, a colheita pode ser feita ao longo do ano. A colheita do café pode ser manual, com derriçadeiras portáteis ou mecanizada.
Depois de colhidos, os grãos podem seguir por dois caminhos. Um deles é o retratado nas fases 2 e 3 da ilustração. O outro é por meio do processo úmido. Os grãos cereja (plenamente maduros), verde (que não amadureceu, como diz o nome) e bóia (os que secaram no pé) são separados por meio d´água.
“Só depois eles são secos e seguem o caminho para o beneficiamento”,
comenta Sérgio Parreiras Pereira, pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas (IAC).
A secagem do café é uma etapa muito importante que influencia na qualidade final do café. Há três formas de se fazer a secagem: natural em terreiros, mecânica em secadores ou híbrida, onde tem o terreiro e um sistema de ventilação de ar aquecido.
Classificação
Terminada a secagem, é feito o beneficiamento dos grãos. O objetivo dessa etapa é descascar o café em coco (seco e ainda com a casca) e separar a casca e o pergaminho, eliminando as impurezas como terra, torrões e pedras ao máximo. A quebra de grãos deve ser a menor possível.
Para ser comercializado, o café beneficiado passa por mais uma etapa, o rebeneficiamento, geralmente feito nas cooperativas ou empresas. O objetivo dessa etapa é classificar os grãos por tamanho, peso específico e cor e propriedade, melhorando a qualidade dos lotes e eliminando defeitos.
O café beneficiado é chamado de café verde e pode ser armazenado em sacarias de 60 kg ou a granel em big bags.
Só “cereja” rende café especial
É importante esclarecer que os cafés especiais são compostos apenas por grãos cerejas, quando casca, polpa e semente atingem uma composição química equilibrada, responsável pelo aroma e sabor da bebida.
“Essa é a diferença de uma bebida de qualidade, cada vez mais requisitada pelos consumidores”, diz Pereira.
Nenhuma das fases mostradas no desenho pode ser classificada como a mais importante nesse processo. Mas é no final dele (a torrefação) que todo o trabalho iniciado na lavoura pode se enobrecer ou desandar.
Torra
A torra do café pode ser dividida em 3 etapas:
- Desidratação – quando o grão de café perde a umidade que ainda possui após a secagem, na forma de vapor, é caracterizada por um grande salto de temperatura;
- Reações intermediárias – quando ocorre a quebra dos açúcares e a caramelização, sentimos aquele aroma gostoso de amendoim e nozes;
- Pirólise – essa etapa demanda mais energia para que ocorra a formação de moléculas de aromas mais complexas. Também é liberada energia nessa fase.
Quando bem-feita, a torra revela toda a qualidade do grão e deixa a bebida com um sabor doce residual e agradável.
Viu só que longo caminho para chegar até sua xícara?
O Grão Gourmet vai falar mais sobre beneficiamento dos grãos no blog. Você tem alguma curiosidade em especial? Conte para a gente. Quem sabe ela não vira tema para o próximo post.
Ilustração: Renan Takemoto/Oniguiri Soluções Criativas
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Respostas de 7
Janice, que legal este post
Adorei conhecer mais sobre a trajetória do café.
Este tema me fascina. Meu avô era provador de café e adoraria saber mais sobre esta profissão (que nos anos 40, 50 era muito respeitada!). Estive em Santos visitando o Museu do Café e adorei saber mais sobre este tema.
Oi Claudia, tudo bem? Que bom saber que seu pai era provador de café! Um abraço, Renata
Muito legal a matéria e eu vivencio todo este caminho realizando em minha fazenda o projeto
Do cafezal ao cafezinho há quase 25 anos, levando os visitantes a conhecerem na prática este universo do café passando a valorizar o café especial…
oiiiiiiiiiii amei a matéria !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! vou estudar bastante nela ☺
Adoro café e sua História me fascina . Fica como sugestão de tema : A História do Café no Brasil.
Obrigada pela dica Ismael 😉