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História do Café – A Origem e Trajetória da Bebida no Mundo

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Gravura antiga em preto e branco retratando um pastor etíope observando suas cabras em meio a uma paisagem montanhosa e arborizada. Ele segura um galho com frutos ou folhas nas mãos, enquanto as cabras ao redor parecem animadas, algumas se levantando sobre as patas traseiras para alcançar as folhas das árvores. A cena é cercada por uma moldura decorada com motivos florais e folhagens. Essa ilustração representa a famosa lenda de Kaldi, o pastor etíope que, segundo a tradição, descobriu o café ao notar o comportamento enérgico de suas cabras após comerem frutos vermelhos de um arbusto — mais tarde identificado como cafeeiro.

Há diversos capítulos da história do café para serem contados, afinal, ele deixou registros importantes pelo mundo todo. Não é à toa que o café constituiu-se como um hábito cultural.

No entanto, até a sua chegada ao Brasil, muita coisa aconteceu. Lendas, intrigas políticas, conflitos sociais e outros fatos polêmicos marcaram a trajetória do grão pelo mundo. Cada país deixou um legado para a bebida.

São muitos anos de história. Você acorda e toma o seu café todos os dias! Mas você sabe a história dessa bebida tão consumida no mundo todo? Vale a pena conhecer.

O Café e a Lenda Etíope

Não existem registros oficiais sobre a origem do café. Sabe-se, entretanto, que se trata de uma planta nativa das regiões altas da Etiópia (Cafa e Enária).

Segundo uma das lendas, foi um pastor etíope, denominado Kaldi, quem percebeu que havia algo diferente nas plantas da região. Ele havia alimentado suas cabras com arbustos e folhagens que tinham um fruto amarelo-avermelhado e notou que os animais ficaram mais animados e com energia, à medida em que mastigavam os frutos.

Intrigado com o comportamento de suas cabras, ele levou uma amostra da planta para um monge. O religioso, inicialmente, não aprovou e a denominou como “o trabalho do diabo”. A segunda chance foi dada depois que as plantas foram jogadas na fogueira e os monges sentiram o aroma dos grãos torrados.

Já uma outra versão dessa história do café, conta que quando Kaldi levou as sementes ao Monge. O religioso, logo demonstrou curiosidade e decidiu preparar uma infusão com as plantas e frutos. Assim que consumiu o preparo, ele comprovou que as plantas causavam uma certa agitação. Considerando os efeitos positivos, o monge passou a consumir o preparo dos frutos avermelhados nas noites de reza.

Alguns registros afirmam que o consumo de café começou por volta de 575 d.C. – mesma época das lendas sobre a origem do café -, nessa época os etíopes alimentavam-se do fruto. Aparentemente, a polpa era consumida nas refeições. Ela era macerada ou misturada em banha. Com os frutos também faziam suco, que fermentado se transformava em bebida alcoólica. Suas folhas também eram mastigadas ou utilizadas no preparo de chá.

Origem da palavra: Café

Embora a planta tenha origem africana, foi no Iêmen,  região oeste da Arábia, que ela começou a ser cultivada. A história do café, aliás, começa pela criação do nome, que tem origem árabe. Lá a planta era conhecida como Kaweh e a bebida foi denominada como Kahwah ou Cahue, que significa Força.

A produção comercial do café também ficou restrita ao Iêmen por um bom tempo. O produto já demonstrava o potencial econômico, em meio ao desenvolvimento da política mercantilista.  As características estimulantes e a possibilidade de apresentar novas drogas, que fossem também consideradas mercadorias competitivas, despontava como uma oportunidade.

Na época, a bebida era consumida principalmente por monges em rituais religiosos, pois os auxiliavam durante as noites de reza e vigília noturna.

Afinal, era um produto que estava de acordo com os princípios do Alcorão, que condenava o consumo de bebidas alcoólicas.

Conhecida também como, vinho da arábia, o café ganhou escala comercial no séc. XIV, na região de Moka, principal porto do Iêmen,  que foi responsável por um dos maiores cultivos do produto no mundo árabe. E o seu porto, o maior exportador.

Café – De Bebida a Lugar

Não existiria tanta história do café, se não existissem as cafeterias. Assim, a Turquia marca grande importância nessa trajetória. Pode-se dizer que o país foi responsável pela difusão da bebida no mundo, uma vez que criou em 1475 a primeira cafeteria, ou “qahveh khaneh”: o Kiva Han.

interior de cafeteria árabe conhecida como “qahveh khaneh”
Interior de cafeteria árabe conhecida como “qahveh khaneh”

Com a inauguração do espaço, o café ganhou também um caráter social. Esse conceito popularizou-se  em 1574, quando as cafeterias de Cairo e Meca viraram referência para artistas e poetas.

A excentricidade e o apelo exótico dos produtos do Oriente, já eram alvo de interesse dos comerciantes do Ocidente.  Desde então, a expansão da “bebida preta”, tão apreciada pelos árabes, despertava também o interesse de cientistas. Conforme ela se apresentava para o mundo, aumentaram os estudos sobre as propriedades da planta.

Uma das primeiras publicações foi feita pelo botânico veneziano, Prospero Alpino (1553-1616), professor da Universidade de Pádua. Nos livros, ele reuniu relatos científicos sobre o café.

Ocidentalização do Café

Foi no ocidente que a história do café ganhou o seu charme, pois a sua chegada na Europa foi marcada por embates políticos e romantizada em uma das composições de Bach. A bebida chegou em 1615, em Veneza, por Botteghe del Caffè, um dos pontos responsáveis pela propagação das técnicas de torra e moagem do café. Tratada como especiaria e artigo de luxo, a semente negra teve muitos entraves até a sua popularização no lado europeu.

Associada à música e a encontros sociais, a nova droga do oriente desagradou os religiosos. Na época, a Europa vivia conflitos como, a Contra-Reforma, que queria consolidar novamente o cristianismo católico. Por ser uma bebida de país muçulmano, o café era considerado herege. Para tentar amenizar os embates, o Papa Clemente VIII (1536-1605) até propôs que a bebida fosse batizada com o intuito de torná-la cristã.

Os questionamentos controversos sobre a planta serviram de  inspiração para Johann Sebastian Bach. Como resultado, pela admiração ao café, o músico compôs, em 1732, a Cantata do Café.  Alegre e fora dos padrões religiosos, a composição apresenta uma história de amor, que exalta as qualidades da bebida.

O aumento do consumo do café teve também restrições mercantis, afinal, os comerciantes de vinho e queijo, acreditavam que a bebida era uma concorrente que atrapalharia suas negociações.

Quando o café chegou na Prússia, o rei Frederico, o Grande (1712-1786), também  tentou impedir. No entanto, ele percebeu rapidamente que poderia tirar proveitos da popularidade da bebida. Ele, então, criou planos  ambiciosos que visavam a monopolização do comércio do produto na região. Uma das metas estabelecidas era  ter uma produção da planta no país.

O Café e a Revolução do Iluminismo

Felizmente, os esforços que se opunham a popularização da bebida foram em vão. Por volta do séc. XVII, conforme florescia o Iluminismo e se planejava a Revolução Francesa, as cafeterias começaram a se desenvolver, juntamente com os ideais que transformariam o período. Assim, a história do café começava a ganhar forma.

Durante o século XVIII, os cafés tornaram-se verdadeiros centros de efervescência intelectual e cultural, desempenhando um papel fundamental no movimento do Iluminismo. Estabelecimentos em cidades como Paris, Londres e Viena se tornaram pontos de encontro para uma variedade de figuras proeminentes da época, incluindo artistas, escritores, filósofos e políticos. Nesses espaços vibrantes, conhecidos como “cafés literários” ou “cafés filosóficos”, as pessoas se reuniam para compartilhar ideias, discutir novas teorias e debater questões sociais e políticas.

Os cafés proporcionavam um ambiente propício para o livre intercâmbio de ideias e o desenvolvimento do pensamento crítico. As conversas que ocorriam nesses locais eram frequentemente marcadas pela diversidade de opiniões e pela abertura ao debate. Os frequentadores dos cafés eram encorajados a questionar a autoridade estabelecida e a explorar novas ideias, contribuindo assim para o avanço do conhecimento e da cultura.

interior de um “café literário” ou “café filosófico” europeu
Interior de um “café literário” ou “café filosófico” europeu

Além disso, os cafés desempenharam um papel importante como locais de sociabilidade e entretenimento. Muitos ofereciam música ao vivo, leituras de poesia, apresentações teatrais e outras formas de arte, proporcionando aos frequentadores uma experiência cultural completa. Esses espaços se tornaram símbolos da vida urbana e cosmopolita, atraindo uma clientela diversificada e estimulando o florescimento da cultura urbana.

Em resumo, os cafés do século XVIII foram muito mais do que simples estabelecimentos de bebidas; eles se tornaram verdadeiros centros de atividade intelectual e cultural, desempenhando um papel vital no desenvolvimento do pensamento iluminista e no enriquecimento da vida cultural das cidades europeias.

Mas quem inventou o café moderno?

representação da máquina de café de Angelo Moriondo
Representação da máquina de café de Angelo Moriondo

O aumento do consumo da bebida fez nascer a necessidade de processos mais ágeis para a produção de uma boa xícara de café. Enquanto a Europa vivia o início da Revolução Industrial (XIX), os cientistas começaram a estudar possibilidades de produzir café em máquinas a vapor.

Foi Angelo Moriondo, em Turim ( Itália – 1884), quem criou um dos primeiros protótipos que dariam origem à máquina de café. Seu engenho havia sido planejado para reduzir o tempo de produção de cervejas, mas aparentemente, o processo era semelhante. Quando a máquina era acionada, uma caldeira de água era aquecida e o líquido quente era levado até um duto com borras de café, e então, essa solução era levada até uma outra caldeira e o café estava pronto.

Em 1901, Luigi Bezzera (Milão) revolucionou a forma como a bebida seria produzida. Foi ele o responsável pela invenção que, além de agilizar o preparo do café, introduzia o líquido direto em uma xícara. Bezzera aperfeiçoou a máquina criada por Moriondo, introduziu um porta-filtro, compartimentos para os grãos e outras inovações. Notadamente, a máquina rudimentar do cientista italiano era capaz de produzir em segundos uma xícara de café.

Depois disso tivemos muitas evoluções, tanto nas máquinas como em moedores e demais métodos de preparo.

Um café para o mundo, por favor!

Foram os holandeses os responsáveis por criar a história globalizada do café. Ao que parece, foram eles os responsáveis por transportar as amostras da planta pelo mundo, já que no séc. XVI, eles tinham o controle do comércio europeu e os melhores navios.

Tudo começou por volta de 1616, quando um botânico, em Amsterdã, iniciou a produção de mudas de café  em pequenas estufas. Em seguida, sabendo da viabilidade comercial, e entendendo as especificações para o cultivo da planta,os holandeses introduziram as plantações do ouro negro nas colônias localizadas nas Índias Orientais.

Progressivamente, as regiões sob controle da Holanda configuravam-se como as primeiras exportadoras de café comercial. Junto com os franceses e portugueses, eles transportaram o café para a América.

E o café ia ganhando o mundo! Em 1715, Londres contava com cerca de 2 mil casas que vendiam a bebida. Lá, seu consumo veio antes do chá, quem diria?!

E a moda chegou aos Estados Unidos. Nessa mesma época começaram a surgir diversas casas de café em Boston e Nova Iorque. Dizem que foi em um café em Boston, na Union Street, que surgiram os acordos e pactos para a revolução que culminou com a independência americana em 1776. Além disso, como o chá era associado à coroa inglesa, os norte-americanos passaram a consumir mais café e hoje são os maiores consumidores do mundo.

Continuando a história, o aumento da demanda fez as lavouras expandirem e no final do século XVIII os cafezais também prosperavam na Jamaica, Cuba, Porto Rico, Guatemala, Costa Rica, Venezuela, Colômbia e México. Os franceses levaram o café à Guiana Francesa, Haiti, Guadalupe, Ilhas Maurício (África), Tonquim (atual Vietnã) e Ilha Reunión (conhecida como Bourbon).

Quem trouxe o café para o Brasil?

A chegada do café ao Brasil traz uma série de histórias que narram conflitos de interesses e mistério. A primeira muda da planta veio em 1727, trazida por Francisco de Melo Palhete.

Bandeirante, a serviço da Coroa Portuguesa, ele vinha da Guiana Francesa e recebeu a planta -clandestinamente- da esposa do governador francês Claude d’Orvilliers. Aparentemente, a gratidão da Madame d’Orvilliers já deu o que falar por aqui.

Francisco de Melo Palhete e Madame d’Orvilliers
A primeira muda de café foi trazida por Francisco de Melo Palhete, Sargento-mor, tinha a missão de reconhecer trajetos fluviais.

Sempre retratado como um herói da Coroa Portuguesa, o Sargento – Mor Palhete, tinha entre as tarefas o reconhecimento de trajetos fluviais para defesa de território. Ele era um militar graduado que tinha, provavelmente, como objetivos o enriquecimento e o poder da metrópole. Francisco Palhete foi quem começou o cultivo do café no Pará.

Devido às condições climáticas favoráveis foi possível manter uma produção voltada para consumo regional.

Conforme aumentava o consumo do café pela Europa, a história do café no Brasil ganhava espaço. A produção dos grãos foi expandida, com a ajuda de João Alberto de Castello Branco. Assim, ele foi incumbido de começar as plantações na região Sudeste do país. Foi ele quem  trouxe mudas de Coffea arabica e introduziu o café no Rio de Janeiro. A partir desse momento, surgiria um novo ciclo econômico.

A História do Café Brasileiro

Da sua chegada ao Brasil até a consolidação como modelo econômico, passaram-se 100 anos de história do café. As produções de planta no país começaram em modestas lavouras mas, com o passar do tempo, o chamado ouro negro foi responsável pelo alvorecer da esperança de um recomeço para Portugal.

Foi somente no séc XIX, na região do Vale do Rio Paraíba, que as plantações de café no Brasil ganharam maior representatividade. Isso aconteceu, principalmente, devido a escassez do ouro e a alta concorrência do açúcar, pois era necessário encontrar alternativas que  superassem os problemas econômicos e contribuíssem para a manutenção da aristocracia. Assim, a expansão do café no Brasil surgiu como uma oportunidade para a continuidade do Império e do Primeiro Reinado.

Enquanto Portugal ainda vivia uma política mercantilista e extrativista, o restante da Europa já havia passado pela Revolução Industrial e a Revolução Francesa. Esses acontecimentos redesenharam os pensamentos e mapas da região. Os conflitos políticos vividos na região deixavam poucas opções aos portugueses e a vinda da família real parecia inevitável, pois o Brasil era um dos principais eixos de suas relações comerciais. Quando adentraram as terras brasileiras, o país deixou de ser uma colônia e tornou-se a sede do Império Lusitano.

A vinda da corte foi decisiva ,inclusive, para o desenvolvimento da economia cafeeira e a industrialização no país. Ela registrou  o início da  abertura dos portos para o comércio internacional e estimulou as atividades industriais que favoreceram, sobretudo, a urbanização (1830 e 1840).

Foi um período marcado, principalmente,  pela construção de estradas de ferro e a chegada de imigrantes. Esses acontecimentos transformaram o Brasil em uma peça importante no cenário mundial de produção de café.

Economia do Café

O Café foi o principal produto de exportação do séc.XIX e do início do séc XX. As plantações atravessavam as províncias do Rio de Janeiro e de São Paulo.  Foi um dos momentos mais intensos da história do café no país.

As produções monoculturais, seguiam o modelo plantation e as fazendas ostentavam uma arquitetura que enfatizava a autarquia dos barões do café. Cada cômodo de uma fazenda de café,portanto, destinava-se a uma etapa de preparo dos grãos.

Inicialmente, os escravos eram a principal força de trabalho. No entanto, com o aumento da imigração e a lei de 1850 –  Eusébio de Queirós – , que proibia o tráfico de escravos, houve a necessidade de mudanças nas relações de trabalho. Aos poucos, as fazendas começaram a contratar trabalhadores assalariados.

As produções de café, assim como as condições dos trabalhadores rurais, precisavam de melhorias. Foram as exigências por uma mão-de-obra mais qualificada, que influenciaram diretamente na abolição da escravatura (1888).

O seguinte documentário trata detalhadamente dessa parte da história e outras mais:

A crise de 1929

O Brasil dominava a produção mundial de café. No entanto, a indústria brasileira estava defasada, pois havia se constituído em meio a tecnologias importadas ultrapassadas, que favoreciam a monocultura e a manutenção da estrutura latifundiária. Dessa forma, o país sustentava-se do acúmulo de capitais do setor agrícola.

Os EUA eram os principais consumidores do café brasileiro. Durante a Primeira Guerra, eles estavam em pleno desenvolvimento e mantinham relações comerciais favoráveis com os países europeus. Entretanto, em 1920, as nações europeias já encontravam-se reconstruídas e diminuíram drasticamente as suas importações. O aumento do estoque norte-americano ocasionou no declínio das ações da  Bolsa de Valores de Nova York. O fato levou empresários à falência e aumentou bruscamente o desemprego no país.

A crise americana teve reflexos mundiais e impactou, inclusive, o Brasil.  Assim, as exportações de café diminuíram, e a queda dos preços do produto era inevitável. Para tentar estancar os preços, os empresários brasileiros chegaram a comprar e queimar milhões de sacas de café estocados.

Com o fim da crise, alguns empresários investiram em processos mais modernos de industrialização.  Assim, paulatinamente, o Sudeste conseguiu se restabelecer com produções de café mais modernas.

Produção do Café no Brasil

Atualmente, o Brasil é um dos principais produtores e exportadores de café do mundo. A cafeicultura do país, tornou-se uma das mais rígidas do mundo, pois a produção está  constituída em uma regulamentação que respeita as pessoas e a biodiversidade.

São centenas de municípios que têm o café como fonte de receita. Aqui no país são produzidos, principalmente, o café arábica e o café robusta (ou café conilon). Além disso, as plantações representam o principal gerador de postos de trabalho na agropecuária nacional. As maiores produções estão concentradas em Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Paraná e Rondônia.

A  CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento), estima que a produção de café de 2024, superou a marca de 60 milhões de sacas.

Conclusão

A história do café é uma história de descoberta, inovação e paixão. Desde suas humildes origens na Etiópia até se tornar a bebida mais consumida do mundo. 

Ao desfrutar de uma xícara de café hoje, reflita sobre a jornada incrível que essa bebida fez ao longo dos séculos:

  • Origens: Acredita-se que o café tenha se originado na Etiópia e se espalhado para a Península Arábica, onde começou a prática de cultivo em maior escala, torra e preparação dos grãos de café.
  • Mundo Islâmico: O café tornou-se popular no mundo islâmico e as cafeterias, chamadas qahveh khaneh, tornaram-se centros sociais para conversas e negócios.
  • Expansão Europeia: O café foi introduzido na Europa no século XVII e as potências coloniais europeias estabeleceram plantações de café nas suas colônias, particularmente no Brasil.
  • Industrialização: A Revolução Industrial popularizou ainda mais o consumo de café com a invenção de cafeteiras e máquinas de café expresso, tornando-o mais acessível às massas.
  • Globalização: O café tornou-se uma mercadoria global e profundamente enraizado em várias culturas ao redor do mundo.
xícara com grãos de café sobre um mapa mundi

E você, cafeinado, quer experimentar o melhor do café em sua própria casa? Ou ainda mais, fazer parte de um Clube de Assinatura em que a cada mês você recebe um café diferente em casa?

E aí, o que achou da história do café? Por favor, comente! Agora que você já conhece da história do café, nossa jornada segue no próximo post para que você entenda da lavoura. 😉

Referências: Livro ”Café – Um grão de história“ (2006).

(Blogpost escrito em colaboração com Talita Shie, Monique Carvalho e Ighor Salviam)

FAQ – História do Café

1. Onde o café foi descoberto pela primeira vez?

O café tem origem nas regiões altas da Etiópia, especialmente nas províncias de Cafa e Enária. Segundo a lenda, um pastor chamado Kaldi notou que suas cabras ficavam mais animadas após comer os frutos avermelhados de um arbusto — e assim começou a história da bebida.

2. Quem foi Kaldi na história do café?

Kaldi era um pastor etíope, considerado o descobridor lendário do café. Ele observou o efeito estimulante dos frutos nas cabras e levou os grãos a um monge, o que acabou levando à descoberta do potencial da bebida.

3. Quando o café começou a ser consumido?

Os primeiros registros de consumo de café datam de 575 d.C. Na época, os etíopes consumiam a polpa do fruto, preparavam sucos fermentados e até mastigavam as folhas — muito antes da bebida ser torrada e filtrada como conhecemos hoje.

4. De onde vem o nome “café”?

O nome tem origem árabe. No Iêmen, o café era chamado de “Kaweh” (a planta) e a bebida de “Kahwah”, que significa “força”. A palavra se transformou ao longo do tempo até chegar ao termo “café”.

5. Como o café se espalhou pelo mundo?

O café começou a ser cultivado no Iêmen, espalhou-se pela Arábia, Egito e Turquia, e mais tarde chegou à Europa pelos comerciantes venezianos no século XVII. Os holandeses foram os primeiros a transportar mudas para outros continentes, incluindo a América.

6. Quando surgiu a primeira cafeteria do mundo?

A primeira cafeteria do mundo foi inaugurada em 1475, em Constantinopla (atual Istambul), chamada Kiva Han. Ela deu início ao hábito social de se reunir para tomar café — tradição que se espalhou rapidamente pelo mundo.

7. Por que o café era polêmico na Europa?

No século XVII, o café foi considerado uma “bebida herege” por vir do mundo muçulmano. O Papa Clemente VIII chegou a “batizar” o café para torná-lo cristão. Com o tempo, a bebida conquistou a elite europeia e se tornou símbolo de sofisticação.

8. Quem inventou a máquina de café?

O italiano Angelo Moriondo criou o primeiro protótipo em 1884, em Turim. Depois, Luigi Bezzera, em 1901, aperfeiçoou a invenção e criou a base do que conhecemos hoje como máquina de espresso.

9. Quem trouxe o café para o Brasil?

O café chegou ao Brasil em 1727, trazido por Francisco de Melo Palheta da Guiana Francesa. A planta foi cultivada inicialmente no Pará e depois expandiu-se para o Rio de Janeiro e o Vale do Paraíba, onde se consolidou como base da economia nacional.

10. Por que o café foi tão importante para o Brasil?

Durante o século XIX, o café se tornou o principal produto de exportação do Brasil, sustentando a economia do Império e contribuindo para o desenvolvimento de infraestrutura, como estradas de ferro e a chegada de imigrantes europeus.

11. O que foi a “crise do café” de 1929?

A crise de 1929, iniciada com a quebra da Bolsa de Nova York, derrubou os preços do café no mercado mundial. O Brasil, principal exportador, sofreu fortemente — chegando a queimar milhões de sacas de café para tentar conter a queda de preços.

12. Quais são os principais tipos de café produzidos no Brasil?

O Brasil produz principalmente Coffea arabica (arábica) e Coffea canephora (robusta ou conilon). O arábica é mais suave e aromático, enquanto o conilon é mais encorpado e resistente, ideal para blends e cafés solúveis.

13. Quais estados brasileiros mais produzem café?

Os principais estados produtores de café no Brasil são Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Paraná e Rondônia. Juntos, eles posicionam o país como o maior exportador de café do mundo.

14. Como está a produção de café no Brasil hoje?

Segundo a CONAB, a produção brasileira superou a marca de 60 milhões de sacas de café por ano em 2024/2025, mantendo-se como líder global em volume e qualidade. A cafeicultura nacional segue padrões rígidos de sustentabilidade e respeito à biodiversidade.

15. Qual é a importância cultural do café?

Mais do que uma bebida, o café é um símbolo de convivência, trabalho e criatividade. Desde os mosteiros etíopes até as cafeterias europeias e os cafés brasileiros, ele acompanha transformações sociais, políticas e culturais há mais de mil anos.

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Respostas de 34

    1. Ao fazer uma pesquisa sobre a história do café com meu neto de 9 anos, aprendi muito. Obrigada.

  1. Só gostaria de acrescentar um breve comentário, como foi mencionado, Francisco Pallete tinha um certo relacionamento amoroso com a esposa do governador francês, e o café era considerado uma arma de guerra, pois mantinha os sentinelas dos exércitos acordados. Por este motivo, Pallete teve que trazer a muda da planta escondida em mum buquet de flores generosamente oferecido pela esposa do governador em sua despedida. rsrs.

  2. Especulação possivelmente correta (ou seja, talvez não seja apenas uma especulação):
    – Consumo de cafeína = Jesus = fogo (calor) = separação das famílias
    – Ausência consumo de cafeina = Maria (terço) = água (frio) = união das famílias

  3. Muito obrigado pela boa matéria!
    Uma pequena curiosidade: Beethoven preparava seu próprio café: 60 grãos, nem mais um nem menos um! Ele contava contava os grãos, um por um…

    1. Oi Tony! Que interessante! Não sabia disso 😉
      Obrigada por dividir conosco!
      Um abraço,
      Renata

  4. Muito interessante a história e o progresso da cultura cafeeira! Parabéns pela reportagem.

  5. Numca antes havia me interessado pela excelente história do café, fiquei maravilhado e usarei em minhas pregações pois ainda existe no meio religioso certas restrições quanto ao uso do mesmo. Obrigado aos responsáveis pela eficiente reportagem!

  6. Parabens, pela bela reportagem Historica sobre o cafe e a cultura do Café, sou consumidor assiduo e gostei de conhecer um pouco mais sobre o assunto, mais uma vez, parabens aos responsaveis.

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